Investir em marca sem oferecer experiência completa tem custado caro a bares e franquias em Sorocaba. Público exige mais do que fachada bonita: quer autenticidade, atendimento e propósito.
Por Rafael Benitez
Espaços modernos, decoração caprichada, nomes conhecidos. Ainda assim, muitos empreendimentos noturnos não passam do primeiro ano em funcionamento. O motivo? Falta de conceito, identidade e conexão com o público. Em Sorocaba, especialistas apontam que apostar apenas na marca — sem uma experiência completa — é uma armadilha que leva muitos negócios ao fracasso.
Marca não é tudo: o erro de parar na fachada
É comum ver novos bares e franquias abrindo portas com grande expectativa — visual moderno, identidade visual bem trabalhada e presença nas redes sociais. Mas logo a empolgação esfria. O público visita uma vez e não volta. Por quê?
Eles investem na estética, mas esquecem do essencial: a experiência. Atendimento fraco, cardápio genérico, som desorganizado, preços incompatíveis e nenhuma conexão com o cliente.
O ciclo das franquias: quando o nome não sustenta a experiência
Franquias famosas que chegam à cidade com promessa de sucesso enfrentam um cenário desafiador. Algumas duram até o fim do contrato inicial, mas não renovam. A razão, é simples: o nome atrai, mas não retém.
Muitas trazem o nome, mas não adaptam o modelo ao comportamento local. É o mesmo produto em todos os lugares, sem alma, sem escuta, sem identidade local. O cliente percebe e migra para algo mais autêntico.
O perigo do “vamos atender todo mundo”
Outro erro recorrente é tentar agradar a todos. Casas que se anunciam como “ecléticas” ou “para todos os gostos” acabam não criando vínculo com nenhum público específico. Falta direção, conceito e personalidade.
O público hoje quer saber o que você representa. Qual a sua proposta? Qual a vibe do lugar? Quando não há resposta clara, o espaço vira só mais um na multidão.
Falta pesquisa, sobra improviso
Muitos estabelecimentos nascem sem estudo real de mercado, apenas baseados em modismos ou referências superficiais. O resultado? Repetição de modelos que não funcionam mais.
“Você não pode abrir um bar em 2025 como se estivesse em 2010. O público mudou. Quer originalidade, quer algo pensado. Quem ignora isso, quebra”, afirma Mariana Lopes, publicitária e frequentadora ativa da cena local.
Para se destacar na noite de hoje, não basta ter uma marca bonita ou um espaço instagramável. É preciso entregar uma experiência real, com conceito, atendimento qualificado, identidade e escuta ativa do público. O consumidor atual é exigente — e quem deseja se manter no mercado precisa entender que não há mais espaço para o genérico.