Fomento da indústria alavanca expansão do PIB, frisa Ciesp

Fomento da indústria alavanca expansão do PIB, frisa Ciesp

Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ao comentar o avanço de 1,4% do PIB no segundo trimestre, anunciado pelo IBGE nesta terça-feira (3/09), salientou a importância do setor para o crescimento sustentado: “É a atividade com o maior fator de multiplicação, gerando R$ 2,44 para cada R$ 1,00 que produz”. 

Embora tenha puxado a economia no período, com incremento de 1,8%, a indústria de transformação segue enfrentado numerosos obstáculos, que causaram a queda de sua participação no PIB. “Nas últimas quatro décadas faltou uma política eficaz para o desenvolvimento do setor”, observa Cervone, acrescentando: “O mais preocupante é que continuam sendo adotadas medidas prejudiciais à manufatura”. 

Como exemplo, o presidente do Ciesp citou o projeto de lei que majora as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do imposto sobre a renda retido na fonte incidente sobre os juros sobre capital próprio, que o governo acaba de encaminhar ao Congresso Nacional. Há uma série de outros problemas recentes, como a incerteza sobre a desoneração da folha de pagamentos, que foi derrubada depois de 13 anos e será paulatinamente extinta até 2027, sem que se apresente solução alternativa eficaz para reduzir os custos trabalhistas no Brasil. O problema atinge 17 segmentos, a maioria deles industriais.

Há, ainda, a competição desleal com produtos vendidos pelas plataformas internacionais de e-commerce, que estão pagando apenas 20% do Imposto de Importação para encomendas de até US$ 50, muito menos do que as empresas nacionais, depois de gozarem de quase um ano de isenção. Outras duas decisões muito lesivas à indústria e à economia adotadas pelo atual governo foram a tributação das subvenções para investimento e custeio (incentivos de ICMS – Lei 14.789/2023), que acarreta perdas estimadas em R$ 25,9 bilhões, e a limitação temporal ao aproveitamento de créditos tributários federais decorrentes de decisão judicial (Lei 14.873/2024), com perdas estimadas em R$ 24 bilhões.

“Esse conjunto de medidas limita os impactos de políticas públicas como a Nova Indústria Brasil (NIB) e a Depreciação Acelerada antes mesmo de começarem a apresentar resultados”, pondera Cervone. Para ele, “o PIB do segundo trimestre demonstrou que o fomento do setor, que não tem sido priorizado no País, é fundamental para o crescimento sustentado mais robusto da economia.”

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