Em cem dias, Aldeias Infantis SOS beneficia mais de 14,2 mil pessoas afetadas pelas enchentes do RS

Em cem dias, Aldeias Infantis SOS beneficia mais de 14,2 mil pessoas afetadas pelas enchentes do RS

No período, Organização distribuiu mais de 105 toneladas de doações em favor de famílias atingidas pela tragédia climática

Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, acaba de fazer um balanço de seus cem dias de ação humanitária a favor da população atingida pelas enchentes do Rio Grande do Sul, que ocorreram entre o final de abril e início de maio. Até aqui, mais de 14,2 mil pessoas foram beneficiadas por doações promovidas pela Organização, que, somadas, ultrapassam a marca de 105 toneladas.  

“Arrecadamos milhares de cestas básicas, itens de higiene, material de limpeza, água, roupas, fraldas, cobertores, colchões, cartões de alimentação e cartões com crédito para compra de materiais de construção. Além disso, reunimos forças com outras organizações e promovemos ações coordenadas com os governos municipais, estadual e federal, consolidando a rede de solidariedade necessária para garantir que um número maior de pessoas fosse beneficiado”, afirma Alex Thomazi, gerente da ação de emergência da Aldeias Infantis SOS.

O porta-voz da Organização dá destaque para a doação específica de colchões. Segundo ele, a Aldeias Infantis SOS viabilizou, de uma só vez, a entrega de três mil unidades, que foram distribuídas pela Defesa Civil do Estado e classificada pelo Governo Estadual como a maior doação única por uma mesma organização. Também em parceria com Poder Público, a Aldeias Infantis SOS destinou cinco mil cobertores, que atenderam dezenas de municípios.

“Além das doações, movimentamos uma grande força-tarefa, composta por nossas equipes técnicas, com psicólogos, assistentes sociais, assistentes de desenvolvimento familiar e comunitário, para oferecer todo suporte emocional e orientação social que essas pessoas precisam, bem como criar espaços seguros para atendimento às famílias”, explica Alex. “As equipes da Aldeias Infantis SOS realizam visitas periódicas às comunidades para verificar as necessidades dos moradores, entregar doações, cadastrar as famílias, além de oferecer acolhimento e cuidado a essas pessoas”, complementa.

Histórias de vida

Dentre os milhares de beneficiados pelas doações da Organização, estão os moradores da comunidade Fazendinha, localizada no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Lá, vivem 32 famílias com 49 crianças e adolescentes. É o caso de Gislaine Tamires de Oliveira, 23, que mora com a filha Maria Luiza, de apenas dois anos.

Apesar dos danos severos que as inundações causaram à sua casa, Gislaine está feliz por poder voltar ao lar, um abrigo simples, feito de madeira, ainda com as marcas da água que subiu e a obrigou a deixar o local. Com o apoio da família, dos vizinhos e das ações da Aldeias Infantis SOS, ela e a filha estão retomando sua rotina.

Além das pessoas beneficiadas, há também aquelas que se unem na busca por recursos e doações, como Kellen Costa, líder comunitária da Vila Asa Branca, também localizada na capital gaúcha. Ela viveu o drama de perder a casa e seu local de trabalho, mas, ainda assim, encontrou forças para ajudar os vizinhos.

Hoje, Kellen atua como captadora de recursos no Banco Comunitário da Vila Asa Branca, instituição parceira da Aldeias Infantis SOS que recebeu uma doação de 120 fogões. Os equipamentos domésticos foram armazenados e distribuídos com apoio das equipes que atuam na ação humanitária promovida pela Organização.

“O apoio da Aldeias Infantis SOS foi muito importante. Eu não tinha um local seguro para armazenar as doações e a Organização não só me ajudou a guardar, como também distribuiu os fogões a todos”, conta.

Estado de emergência

Mesmo com todos os esforços empreendidos na região, dados recentes divulgados pelo Governo Federal e pelo Estado do Rio Grande do Sul apontam que muitos municípios atingidos pela enchente ainda seguem em estado de alerta ou calamidade, com mais de 2.800 pessoas vivendo provisoriamente em 71 abrigos localizados em 32 cidades.

Os ambientes de ensino formal foram especialmente afetados, com mais de 14,7 mil alunos estudando remotamente ou de maneira híbrida, seja porque as escolas sofreram danos estruturais ou porque estão servindo de abrigo.

“Desde maio, oferecemos apoio incessante a milhares de pessoas, como foco no cuidado, que é a razão de ser de nossa Organização. Enquanto uma equipe é responsável pelas atividades do acolhimento daqueles que já estão sob os nossos cuidados, nós elaboramos ações coordenadas de emergência, pensando em respostas de médio e longo prazo, porque a ajuda não pode parar”, relata o gerente de emergência.

Thomazi destaca ainda a notoriedade do trabalho e o reconhecimento da ação humanitária por parte das pessoas assistidas. “Estamos ajudando os invisíveis dos invisíveis da sociedade. É difícil dimensionar o grau de destruição provocado no seio das comunidades atendidas pela Organização. A cada nova comunidade atendida, surgem novos relatos de famílias que perderam tudo e estão em busca do recomeço, o que aumenta nossa responsabilidade com a execução de ações de emergência na região”, afirma.

Para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul, as equipes da Aldeias Infantis SOS contam com a experiência adquirida na lida de catástrofes ocorridas em anos recentes nas capitais Manaus e Recife, em municípios do Sul da Bahia e em São Sebastião, no litoral de São Paulo.

No Rio Grande do Sul, a atuação da Organização já contemplou moradores das cidades de Eldorado do Sul, Santa Maria, Santo Antônio da Patrulha, Guaíba, São Leopoldo, Passo Fundo, além da capital Porto Alegre e outros inúmeros municípios que receberam itens distribuídos pela Defesa Civil do Estado.

Entre as organizações que somaram forças com as Aldeias Infantis SOS estão a Cruz Vermelha Internacional, ACNUR (agência da ONU para refugiados), Habitat Brasil, Cufa, Defensoria Pública Estadual, organizações religiosas e diferentes fundações de empresas parceiras da Organização.

Além de prestar contas a todos esses parceiros e aos milhares de doadores que contribuíram com a campanha até o momento, permitindo arrecadar um total de mais de R$ 5 milhões, a Aldeias Infantis SOS promove um novo chamamento público e convida a sociedade a continuar contribuindo com doações de qualquer por meio do portal acessível aqui

Sobre a Aldeias Infantis SOS

A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A Organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias. 

Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 57 anos e mantém mais de 80 projetos, em cerca de 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha. 

Para mais informações, acesse o site: www.aldeiasinfantis.org.br/

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