Instituição filantrópica dobrou sua capacidade cirúrgica, desde o aumento da demanda por pacientes registrada durante a pandemia de Covid-19
O Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), considerado referência em saúde ocular no Brasil e na América Latina, alcançou o maior volume cirúrgico de sua história, realizando, atualmente, 3 mil cirurgias por mês, o dobro da média registrada no último balanço pós-pandemia. Em 2026, o número deve saltar ainda mais. A instituição anunciou a construção de mais nove salas cirúrgicas, sendo uma para cirurgia a laser. Oito delas serão entregues ainda no primeiro semestre do ano que vem. O investimento apenas em equipamentos ultrapassa R$ 20 milhões, segundo a superintendência.
As três principais demandas do BOS, atualmente, são por procedimentos de córnea, retina e catarata, a maioria realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O BOS se tornou referência em atendimento social e formação de médicos especialistas, oferecendo o que há de mais moderno em Oftalmologia. Hoje, o hospital possui 550 funcionários e mais de 350 médicos.
“Córnea é a área em que somos referência, com nível de resposta muito alto e grande volume de procedimentos, comparável a centros mundiais. Em casos de retina, o BOS é o único a oferecer resposta emergencial 24h. E a de catarata, hoje, é a cirurgia mais realizada na Oftalmologia”, explicou o superintendente do BOS, Edil Vidal de Souza.
A expansão responde à demanda crescente por procedimentos oftalmológicos no País. Até julho de 2025, o Brasil contabilizava 31.240 pessoas inscritas na fila por um transplante de córnea. São Paulo concentrava o maior número, 6.617 pacientes (21% do total nacional), seguido pelo Rio de Janeiro (5.141) e Minas Gerais (4.346). Entre os estados com menor demanda, estão Mato Grosso (55) e Ceará (58).
Apesar de classificar o momento atual como algo que exige atenção, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) avalia que o desempenho dos transplantes de córnea no Brasil ainda apresenta um resultado positivo. São Paulo, principalmente, foi classificado pela entidade como “bom exemplo” pelo tempo de resposta ao paciente estar abaixo da média.
“Somente quem precisa entende o tamanho desse impacto. Não se trata apenas de doação, mas da resposta que oferecemos ao público do SUS. Recebemos pacientes de todas as regiões do País, não apenas por ter maior número de doações, como também por ser pelo sistema público de saúde”, afirmou Vidal.
A fila por transplantes chegou a triplicar no período pós-pandemia, sobretudo em razão do represamento de pacientes, entre 2020 e 2023. Ainda assim, a doação de córneas no Brasil aumentou consideravelmente. Em 2023, o BOS recebeu mais de 15 mil doações e os números de 2024 devem ultrapassar novamente essa marca, conforme adianta a superintendência.
“A instituição, que começou com três mil m², hoje ultrapassa 21 mil m². Nosso maior desafio é ampliar a estrutura física para aumentar a capacidade de atendimento, especialmente pelo SUS. Não é fácil obter recursos, mas temos realizado avanços importantes. Nos próximos um ou dois anos, nossa prioridade é expandir a infraestrutura para atender mais e melhor”, pontuou Vidal.
30 anos
Em outubro, o BOS completou 30 anos, que foram marcados pela realização do SINBOS – Simpósio Internacional do Banco de Olhos de Sorocaba — reunindo profissionais da Suíça, Grécia, Índia e diversos países da América Latina.
Segundo o superintendente do BOS, a formação de especialistas se consolidou como um dos principais legados da instituição. “No início, dependíamos de especialistas de fora, mas, com o tempo, o hospital se profissionalizou e passou a formar médicos reconhecidos nacional e internacionalmente. Hoje, há profissionais formados pelo BOS em todo o país e no exterior”, afirmou.
Vidal acrescenta que outro eixo central dessa trajetória é a qualidade assistencial: “O BOS possui certificação de acreditação em nível de excelência e é o primeiro hospital especializado a conquistar esse tipo de reconhecimento”.
Na área tecnológica, o BOS é pioneiro em diversas frentes. A instituição foi o berço do Femto Laser na América do Sul, tecnologia usada em cirurgias refrativas (para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo), catarata, anel intraestromal e transplante de córnea.
“A oftalmologia é uma área de evolução constante e o BOS sempre acompanha. Recentemente, estivemos nos Estados Unidos, na Academia de Oftalmologia, buscando o que há de mais moderno na área. Nós temos o que há de mais moderno, mas sempre haverá novidades e estamos atentos para incorporá-las”, informou Vidal.
Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000.
