A importância do tratamento precoce para pessoas com Síndrome de Down

A importância do tratamento precoce para pessoas com Síndrome de Down

No Dia Mundial da Síndrome de Down, especialistas destacam como o acompanhamento multidisciplinar melhora o desenvolvimento e a qualidade de vida

No dia 21 de março, celebra-se o Dia Mundial da Síndrome de Down, uma data escolhida para conscientizar a sociedade sobre a inclusão e os direitos das pessoas com trissomia do cromossomo 21 (T21). Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2019, a síndrome ocorre em aproximadamente um a cada 700 nascimentos no Brasil, totalizando cerca de 270 mil pessoas no país. Mundialmente, a incidência é de um a cada mil nascidos vivos.

O acompanhamento médico e terapêutico adequado desde os primeiros anos de vida é essencial para estimular o desenvolvimento e promover a autonomia das pessoas com T21. A Pediatra e Neonatologista, coordenadora da Clínica Pediátrica Amhemed, Thais Batista, destaca que o tratamento precoce e multidisciplinar influencia diretamente na qualidade de vida, auxiliando no desenvolvimento cognitivo, motor e social. “A abordagem multidisciplinar permite que a criança desenvolva ao máximo seu potencial, promovendo maior independência e integração na sociedade”, explica.

Entretanto, a especialista ressalta que ainda há desafios na adesão ao tratamento. “Falta de informação, barreiras financeiras e resistência às terapias são alguns dos obstáculos. Por isso, também é importante a inclusão e educação familiar, além do apoio psicossocial e planejamento terapêutico adequado”.

A neuropsicanalista Alexsandra Guimar Lúcio que atua na Amhemed, enfatiza o papel fundamental da família no processo terapêutico. “Ter os pais participando das sessões ajuda a reforçar os aprendizados no dia a dia da criança, criando um ambiente de apoio e estímulo”, afirma. Segundo ela, a ausência de um acompanhamento adequado pode gerar dificuldades de inclusão social e impactar a saúde emocional da família.

Para garantir um desenvolvimento pleno, a terapeuta ocupacional da Clínica Pediátrica Amhemed, Cristiane Mello, destaca a necessidade de um acompanhamento médico e terapêutico abrangente. Profissionais como neurologistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos devem atuar em conjunto para atender às especificidades de cada indivíduo com T21. “Cada fase da vida demanda um plano de atendimento individualizado, considerando que a idade cronológica nem sempre corresponde à fase mental do indivíduo”, pontua.

A fonoaudióloga Juliana Cozer Dias, da Amhemed, também destaca que a intervenção começa logo na maternidade, começando pelo auxílio na amamentação e na avaliação dos órgãos fonoarticulatórios. “O quanto mais cedo começarmos as terapias, melhor será o desenvolvimento. O trabalho interdisciplinar permite avanços significativos na linguagem, alimentação e interação social”, explica.

A conscientização e a oferta de tratamento adequado são fundamentais para garantir que as pessoas com Síndrome de Down tenham acesso a uma vida plena, com direitos assegurados e oportunidades reais de inclusão social. A data de 21 de março reforça essa necessidade e promove o debate sobre a importância do acesso à saúde, educação e suporte às famílias.

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